Um país tão grande e sem espaço pra tantos talentos do futebol.
As transações internacionais de jogadores brasileiros se tornam mais comuns e surgem como oportunidade de seguir uma carreira profissional.Eu sou um desses jogadores que por falta de oportunidades no Brasil, acabei indo pra Europa.
Ano passado me submeti a uma cirurgia (amígdalas), e por causa do período de recuperação tive que ficar em repouso, tendo como única atividade física a fisioterapia. Perdi ritmo de jogo, massa muscular e ganhei uns quilinhos. Resultado: no retorno fui emprestado pra um clube menor. No fim do empréstimo, o time pelo qual eu era contratado não me deu muita atenção e achei melhor pedir minha liberação pra procurar outra equipe.
Meu saldo de 2008 foi um final de ano junto com a família e muita correria atrás de outro time pra jogar.Em janeiro treinei com alguns times do nordeste, mas minha frustração era visível.
Ai quando achei que tava tudo perdido, que tinha chegado a hora de largar a bola e agarrar um livro, veio a luz (hehe): TVJ Schneverdingen, Alemanha. TVJ Schneverdi... o quê? Só fui aprender a falar o nome direito depois que comecei a jogar lá!
Muitas mudanças aconteceram: tive que me acostumar com o frio, a cultura, o estilo de jogo e com o novo idioma. Os europeus tem uma organização que deixa qualquer um de queixo caído...
Dei a volta por cima. Levei o TVJ Schneverdingen ao topo das tabelas de classificação da Bezirksliga e da Bezirkspokals (nesse último estamos na final), marco gols em quase todos os jogos, triunfei em goleadas e aqui, fora do meu país, recebo a admiração de torcedores que eu nem sequer entendo 100% do que falam. Alias, a língua universal do sorriso e do olhar falam tudo. E é com esse idioma que sinto o respeito que esses torcedores sentem por mim.
Obrigado por tudo aos alemães que me deram essa oportunidade de recomeçar...
Pênalti... (jogo 26.04.09)